Não podia deixar de postar hoje, mesmo que rapidinho. Então, resolvi colar aqui um email muito legal que recebi hoje da minha orientadora. Espero que gostem!
Com licença poética
(Adélia Prado)
Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
That's all folks!
7 comentários:
Minha querida amiga Renata, adorei passar por aqui e ler essa preciosa pérola da grande Adélia Prado, parabéns pela sensibilidade e bom gosto.
PS: Te linkei no meu novo endereço,gostei da imagem, muito linda.
Paz e harmonia em sua semana,
forte abraço
CAurosa
Mesmo atrasado querida queria desejar tudo de bom pelo dia da mulher...Bjus
Adorei chegar aqui e ver no seu blog a Adelia Prado!!
Parabens pelo blog e pelo post!!
E viva o nosso Dia!
Big Beijos
Adélia Prado é sempre uma boa pedida.
Oiee Rê passando para te desejar que vc tenha uma otima semana.Bjus
Muito bem lembrado!! Quando leio esse poema, sempre me lembro de Torquato Neto:
"Quando eu nasci
um anjo louco muito louco
veio ler a minha mão
não era um anjo barroco
era um anjo muito louco, torto
com asas de avião..." em Let's play that
E também de Chico Buarque:
"Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim..." em Até o fim
E acho que os 3 se inspiraram em Drummond:
"Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida..."
Ei!! Está tudo bem por aí? Beijus,
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